Em qualquer notícia com viés negativo sobre agricultura, algum mau uso de produtos agrícolas ou pesquisa científica indicando possíveis doenças, estão lá, com grandes fotos estampadas, os aviões agrícolas, mas poucas pessoas sabem de todas as funções que essas aeronaves exercem. Além do uso para pulverizar adubos e defensivos nas plantações, os difamados aviões também combatem incêndios, tanto em fazendas em períodos de seca, como para governos em reservas florestais. “Em rodas de conversas em grandes centros urbanos sempre somos vistos como vilões. Quando explico o dia a dia de produtores responsáveis, além da nossa preocupação com meio ambiente, a visão muda”, comenta William Rambo, piloto e diretor da Rambo Aviação Agrícola, empresa com sede em Primavera do Leste, MT, região de alta produtividade de soja.
Os aviões são planejados para as duas funções. No mesmo tanque onde são armazenadas as composições designadas pelos engenheiros agrônomos, pode-se levar água. Há um sistema de alijamento que, sob controle do piloto, lança todo o líquido com velocidade controlada.
Uma aeronave como o Airtractor, da frota da Rambo Aviação Agrícola, pode levar até 1900 litros de água por vez. “O sistema de alijamento é utilizado em casos de emergências na operação agrícola, para eliminar instantaneamente o peso em caso de alguma necessidade, ou em combate a incêndios. É muito eficiente”, explica Cristiano Rambo, diretor da Rambo Aviação Agrícola.
Controle de incêndios e produtividade
Produtores profissionais e responsáveis fazem controle de possibilidades de fogo regulamente, como por exemplo, nos períodos de seca entre as safras da soja e as safrinhas do milho, que são alternadas na mesma área. Esses controles também é vantajosos economicamente em fazendas de alta produtividade. “Onde queima a palha do milho, chega a dar dez sacas de soja a menos por hectare”, explica William sobre como o fogo destrói o conteúdo orgânico que funciona como adubo para a safra seguinte. As causas do início de fogo são diversas: “Redes de energia que encostam em galhos com vento forte ou até uma tampa de marmita descartável de alumínio jogada fora pode, com incidência do sol, iniciar um fogo”, alerta.
William explica que o avião não combate aos incêndios sozinho, há a necessidade de uma cooperação entre os esforços por terra e o complemento com os pilotos, e relata a dificuldade da operação do dia a dia. “Geralmente é na pior situação pra voar, temperatura alta e vento fortíssimo de rajada. O fogo se alastra em horários quentes, e muito em finais de semana, onde os produtores estão mais desavisados”. A Rambo Aviação, todos os anos, em épocas de seca, monta um esquema de plantão entre os pilotos para atender seus clientes.
Em casos de florestas a abordagem é outra. “A água é lançada em cima da copa das árvores altas, chega só neblina embaixo, serve para amenizar para os bombeiros chegarem e terminarem de apagar com abafadores. O avião sozinho não apaga fogo”, explica. Esses modelos podem operar em pistas semi preparadas e uma recarga, no solo, com equipamentos apropriados, leva em média três minutos.
O Brasil possui mais de 2 mil aeronaves dessa especialidade, e todos os pilotos agrícolas estão tecnicamente habilitados para executar esse tipo de trabalho. “Em caso de grandes tragédias ambientais, acredito ser possível mobilizar uma grande força tarefa para prestar esse serviço a governos”, afirma William.
“O avião é muito eficiente no primeiro indício de fogo, porque ele consegue chegar com velocidade muito alta no foco, quando ele ainda está pequeno, muito mais rápido que qualquer equipe de solo. E você combate quando o fogo é menor e o dano é menor, antes que tome proporções onde se perde o controle”, finaliza.
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